domingo, 24 de maio de 2009

O transplante.

Dia 2 de junho de 2006, recebi um telefonema inesperado.
Eu ainda estava totalmente cega e derrepente meu celular toca, eu estava com meu pai e estavamos próximo ao hospital  Felício Rocho em BH e eu estava me dirigindo ao São Rafael, onde eu fazia algumas oficinas, inclusive a de Brille.
Confesso que na hora que meu celular tocou eu estava me perguntando se devia ou não atender, mas resolvi atender e ouvir do outro lado uma notícia no mínimo surpreendente, eu estava sendo argumentada se eu queria ou não concorrer a um rim que poderia ser compatível comigo, mais que depressa respondi que eu queria  mas ao mesmo tempo sem saber o que realmente estava acontecendo, quando eu dei por mim, eu falei que esse rim já era meu em Nome de JESUS e que as outras pessoas poderiam ser dispensadas e assim realmente aconteceu.
Esse rim foi competido por 11 pessoas e eu fui uma das dduas pessoas contempladas.
Minha cirurgia era para ter acontecido até as 22 horas do dia 2 de junho de 2006 mas na verdade, depois de muita confusão, ela aconteceu as 2:20 da madrugada, ou seja no dia 3 de junho de 2006.
Hoje tenho o costume de falar que o emu neném (meu rim transplantado) me trouxe vida novamente.
Avida de transplantada é maravilhosa. Pelo simples fato de poder novamente comer de tudo e beber água livremente, isso já é tudo de bom, mas ainda tem o fato de nunca mais ter feito se quer uma sessão de hemodiálise... não tem nem comentários.
Posso dizer com toda certeza que estar um uma máquina de hemodiálise é um verdadeiro inferno. Quem passo ou já passou por isso é quem pode dizer se eu estou falando a verdade ou não. A incerteza de sair da máquina vivo ou não, a incerteza de que você vai resistir a sessão sem passar mal,  a pressao será que vai cair muito? 
Meu coração vai aguntar? 
Vou morrer nessa sessão ou vou viver até a próxima? 
Quando será que vou ser transplantado? 
Será que ou dar a sorte de conseguir um doador?
 será que na família tem alguém compatível comigo ou vou ter de esperar a doação de um cadáver?
Vou sobreviver a cirurgia?
Essas perguntas e outras mais são constantes na cabeça de quem faz hemodiálise. 
Digo isso pois foi frequente esse tipo de pergunta em minha mente durante a sessões de hemodiálise que duraram para mim 2 anos e 6 meses.
Hoje, depois de quase três anos de transplantada, me pergunto como estão as pessoas que faziam hemodiálise comigo e muitas das vezes me pergunto por que a maioria deles nunca me ligaram se quer e nem sabem e nem querem saber se eu esto viva ou morta. 
Mas é claro que não psso falar que todos são assim, muitoos que fizeram hemodiálise comigo falam constantemente comigo e ainda tem um ou outro que me vizita, em relação a essas pessoas, eu digo que são verdadeiras amigas pois se alegraram com a minha felicidade e realmente desejam o meu bem.
Falar de hemodiálise para mim é hoje reviver uma parte cruel do passado que na minha opinião, nunca deveria ter acontecido.
Eu me lembro bem do desespero dos meus pais principalmente, derrepente eu estavaa bem e do nada estavam correndo comigo para o hospital, ficavam me vijiando para eu não beber líquido, comer algo que pudesse me fazer mal, ou seja, quase tudo, quando se tem um problema renal quase tudo te faz mal o altera os exames.
Resolvi escrever sobre isso hoje por que em dentro de 10 dias a contar de hojek, eu completarie três anos de transplantada e para mim isso sim conta como uma data para se comemorar um aniversário de vida.
Para aqueles que lerem esse depoimento, ou testemunho de vida, como quiserem chamar, pensem no valor que nunca damos a pequenas coisas até que essas são privadas de nossas vidas, como por exemplo o simples fato de poder comer ou beber um copo de agua sem o risco de ter de ser levado as pressas para um hospital.
Valorizar as pequenas coisas é muito difícil se nunca formos privados da mesma, é a conhecida frase, "só damos valor aquilo que perdemos", falo isso com a certeza de que ninguém pensa duas vezes em jogar fora um copo com água por que não bebeu tudo, mas para quem não pode beber um simples copo com água sem culpa. isso faz uma diferença que você nem pode imaginar.
Como é de meu costume, eu vou deixar aqui algo para que você pense.
Será que você está dando o devido valor as pequenas coisas?
Pense bem nisso antes de sair reclamando de tudo e jogando fora oportunidades que talvez você nunca mais a tenha...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Um pouco mais sobre mim...

Sei que ficou muita coisa para esclarecer mas a história é longa e eu prefiro a colocar por partes e com muita calma para que nada fique para tras.

Falando um porco mais da minha história, eu vou falar de quando eu entrei em coma pela primeira vez.

Eu tinha apenas sete anos de idade, eu estava brincando com meu irmão na cama da nossa mãe e derrepente ele interrompeu a brincadeira e foi buscar chá para nós dois na cozinha, e quando ele voltou eu estava sentada na beira da cama prostrada e me sentindo fraca, sem saber de que se tratava continuamos a brincar normalmente.
Lembro apenas que era época de carnaval e que os hospitais estavam de greve e que meu pao estava viajando. 
Com o passar dos dias, eu fui ficando mais fraca e sem ação, para uma criança ativa isso não era muito normal, cheguei a entrar e coma ainda em casa e a sensação que eu tinha era de estar viva e morta ao mesmo tempo pois eu ouvia e via tudo ao meu redor mas não conseguia responder e se quer fazer algum movimento, perdi a noção do tempo e sendo assim não sei dizer o tempo que fiquei em como mas sei dizer que fou uma experiência horrível para uma criança de apenas sete anos de idade.
Nesse tempo que fiquei em coma, me lembro bem de sempre ver meu irmão, que na época tinha apenas oito anos, chegar sempre perto de mim, colocar a mão perto do meu nariz e correr para a nossa mãe e dizer a ela que eu ainda estava viva pois eu estava respirando. Confesso que a minha maior vontade era de poder falar algo com ele, mas eu não conseguia falar nada.
Conseguiram achar meu pai que estava em um acampamento apenas para homens da nossa Igreja, sei que quando acharam ele ele veio acompanhado de um médico que também estava nessse acampamento, me levaram para o Hospital e sei que lá permaneci por nove dias mas não sei por quanto tempo fiquei em coma.
Durante o tempo que eu estava internada e em coma, ouvi meu pai ao meu lado dizer a Deus que o levasse mas que me deixasse viver pois eu ainda era muito nova, confesso que me lembro disso até hoje e pouco depois desse ocorrido eu acordei do coma.
Me esqueci de falar que esse episódio ocorreu quando foi descoberto o diabetes em mim.
Mesmo com esse fato tão forte para uma criança, nunca levei uma vida anormal por isso muito pelo contrário, digo a todo que conheço e que não conheço também que eu levo uma vida absolutamente normal e graças a Deus, eu hoe sirvo de exemplo e de espelho para muita gente que acha que diabetes é o fim do mundo, eu digo a quem quiser ouvir que diabetes serve como incentivo para se levar uma vida absolutamente saudável e vou além, se as pessoas se lastimam dizendo que não se pode comer as coisas boas eu digo que elas estão redondamente enganadas, eu como de tudo mas com muita moderação até por que tudo em excesso faz mal a saúde de qualquer pessoa, e quem acha que tomar injeção todos os dia faz com que estrague sua vida eu teno que dizer que você se engano de novo, tomar injeção é apenas um detalhe que não interfere em nada, eu sempre levei uma vida normal, estudo por que gosto e o que gosto, trabalho no que gosto e por que gosto e vivo muito bem por que gosto de viver e gosto de tudo que me vem para viver, mas não pense que não tenho problema, tenho como qualquer pessoa, mas me aproveito deles para crescer e aconselho a todos que façam isso também pois eu garanto que vai passar a ver a vida de uma forma bem melhor, acredite!!!!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Josy. Uma história real!

Para quem não me conhece, o meu nome é Josiane.
Estou criando esse blog com o objetivo de contar a minha hitória.
Diabética tipo I.
Transplantada renal.
Deficiente visual...
FELIZ!!!!!


Você que está lendo isso pela primeira vez, deve está me achando uma louca, mas eu vou explicar por que de tudo isso e o mais importante, o por que de tanta felicidade.
Para começar, vou contar um pouco de como tudo começou.
Sempre fui uma criança ativa e com problemas de saúde. Aos sete anos de idade, descobriram em mim um diabetes do tipo I, ou seja, infanto juvenil, insulino dependente. Desde então me tornei dependente de insulina ( Um hormônio sintétito injetável).
Mesmo com esse distúrbio, eu sempre levei uma vida normal. Sempre me dediquei aos estudos pois gosto muito de estudar.
Cheguei a realizar um dos meus maiores sonhos que foi o de trabalhar em um grande hospital, mas antes de continuar, eu preciso fazer algumas obsarvações.
Eu nasci e vivi a minha vida toda em Belo Horizonte,capital de Minas Gerais, Nasci no ano de 1979 e ainda tenho muitos sonhos a realizar.
A minha vida começou a mudar radicalmente, quando eu estava trabalhando no Hospital (Santa Casa de Belo Horizonte) e desmaiei, começava aí uma luta que nunca me passaria pela cabeça que eu a enfrentaria, eu estava nessa época com 23 anos de idade, e uma vontade enorme de viver .
Ao decorrer de mais ou menos 11 meses, eu fui de hospital em hospital, mas não como funcionária mas sim como uma paciente de risco.
Esse episódio se deu em novembro, em maio do ano seguinte, exatamente no dia 02 de maio de 2003 fui enternada no hospital das Clínicas de Belo Horizonte absolutamente inchada e quase sem conseguir respirar de tanto líquido retido, desde então, naquela mesma noite, os médicos que lá se encontravam, começaram a me submeter a vários exames até descobri o que eu realmente tinha uma vez que o diabetes não causa isso,fiquei internada 12 dias mas saí de lá com o diagnóstico de Insuficiência Renal Crônica (IRC),
Depois de 7 meses de tratamento ambulatorial semanal, eu comecei a fazer hemodiálise e exatamente quando eu estava com 4 meses de hemodiálise, eu dormi enxergando e acordei totalmente cega dos dois olhos.
Eu fiquei na situação de fazer hemodiálise por 2 anos e 6 meses e a visão eu perdi exatamente quando faltavam apenas 14 dias para eu completar 25 anos de idade e fiquei totalmente cega por mais de 4 anos.
Hoje eu estou com quase três anos de transplante, que aconteceu no dia 03 de junho de 2006 as 02:20 da madrugada, e hoje eu agradeço a Deus, por ter conseguido esse órgão tão vital que foi o rim, minha vida de transplantada é maravilhosa,, sei que ainda sou frágil mas não tanto quanto as pessoas me tratam, mas eu agradeço muito por que isso significa que eu sou querida por muitos e que a forma de cuidar de mim é zelando por mim.
Quanto a visão, eu hoje enxergo pouco menos de 21% depois de várias cirurgias e muita humilhação por estar totalmente cega.
Passei maus pedaços na época que estive totalmente cega mas tive muito apoio de algumas pessoas que são absolutamente especiais para mim. 
Meu pai, que para mim até hoje é o meu principal protetor e que mesmo vivenciando comigo uma situação terrível dessa, sempre me deu força e incentivo mesmo em meio a problemas pessoais, ele nunca me escondeu de ninguém, como muitos fazem, ele sempre se orgulhou de mim e me apoiou, e mediante a isso, eu nem preciso falar que eu o amo muito e devo muito a ele.
Outra pessoa que me apoiou muito e me apoia até hoje, é a minha mãe, sei que para ela é muito difícil aceitar essa situação, mas mesmo assim, ela me ajuda de um tanto que nem tem como medir, ela foi a pessoa que passou as noites em claro comigo nos hospitais quando eu era internada, que não foram poucas vezes, ela quem me descrevia e descreve até hoje, os filmes em mínimos detalhes, ela quem sempre me pergunta se eu consigo ver as coisas que ela me mostra e quer que eu veja pois sabe que eu vou gostar. Ela quem sai comigo as compras e coloca em minha mãos as coisas cor de rosa e me descreve como elas são. é quase inútil eu falar, mas quero deixar bem claro que eu a amo muito também.
Minha família toda me ajuda da sia forma, muitos dos meus familiares me criticam, mas eu acho muito bom por que assim, eles me ajudam a ter mais força para vencer as barreiras que ainda hão de surgir e a que eu ainda não venci.
Não posso deixar de citar duas pessoas muito especiais para mim, uma delas é o meu anjinho chamado Iracema, a Iracema eu conheci quando fazia pré vestibular e ela graciosamente foi da mesma sala que eu, eu me aproximei dela por que eu a vi como uma pessoa maravilhosa e não como uma pessoa cega como todos a olhavam, briguei muito por ela e se preciso for, faria tudo de novo pois eu a tenho como uma grande amiga e para mim é uma honra ter essa amizade tão maravilhosa. 
Ela me ajuda até hoje,afinal de contas, foi ela quem e ensinou o braille quando eu ainda enxergava e nem eu nem ela poderíamos imaginar que eu ficaria cega, mesmo assim, eu aprendi o braille com ela para na verdade, ficar mandando recadinhos para ela nas aulas e hoje eu uso a escrita braille tanto para uso pessoal quanto para dar aulas, graças a Deus.
Uma outra pessoa que me ajudou e me ajuda muito, é o Elson. Cego de nascença, de uma inteligêndia e uma capacidade incrível, assim como ele é uma pessoa incrível. 
Para mim, é muito difícil falar dessas pessoas incríveis uma vez que se eu disser algo de elogios para elas, ainda vai ser muito pouco, mas uma coisa eu digo sem medo de estar sendo justa, eu agradeço a Deus todos os dias por ter me dado a honra de ter essas pessoas em minha vida.
Sou evangélica praticante e tenho muita fé em Deus e sei que quem me deu e dá forças para enfrentar tudo isso, que não foi, não é e nem será fácil é Deus, eu digo que na verdade força eu não tenho mas Deus quem me sustém e me livra de todas essas tormentas.
Estou fazendo esse blog mais com o objetivo de ajudar as pessoas que acham que por uma coisa ou outra, já é o fim do Mundo. Para quem pensa assim, eu convedo a pensar uma coisa muito simples...
Imagine você, uma pessoa normal com a vida normal e derepente tudo fica escuro e com obstáculo que sempre te levam ao chão...
Uma vida totalmente independente e derepente você dependendo das pessoas para tudo e em nem tudo você tendo ajuda...
Assim foi a minha vida por mais de 4 anos e ainda hoje, eu ainda dependo das pessoas para andar na rua e para fazer algumas coisas, eu ainda não acostumei a reenxergar que na verdade, é muito mais difícil que ficar totalmente cega.

Pense que você é capaz de superar muita coisa se você confiar em Deus e tiver força de vontade, se eu consegui, você também consegue, tenha fé e se precisar conversar com alguém sobre qualquer coisa, apessoa mais indicada é Deus, mas caso queira fazer algum comentário que voê acha que vai ajudar alguém acrescer e até mesmo desabafar, eu me proponho a te ajudar. 
Peço apenas que me veja não como uma ex cega, mas sim como um milagre vivo de Deus ou como uma forma de ver o tamanho do amor de Deus. 
Pode parecer pouco, mas com o decorrer do tempo vou colocar aqui, todas as coisas que eu realmente passei durante essa jornada tortuosa e cheia de autos e baixos.
Belo Horizonte, 04 de maio de 2009..